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Conselhos para quem deseja mergulhar no mundo do café “gourmet”

Compartilho alguns conhecimentos que reuni nos últimos três anos em que passei a investir em uma tipo especial de café.

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Willian Oliveira

31 de mar de 2019

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    Minha ligação com o café é muito antiga. Não sei quando experimentei a bebida pela primeira vez. Nas minhas memórias, uma caneca de café sempre fez parte dos meus momentos de descanso, desde quando acompanhava os desenhos da finada Rede Manchete (talvez tenha entregue a idade aqui). Em todos esse anos, eu pensava conhecer bem da bebida e tinha certeza de que um bom café deveria ser forte e doce, afinal era preciso disfarçar o amargor.

    Ainda bem que estar errado é de graça, pois há uns três anos conheci o café “gourmet” e entendi que um bom café de verdade é perfeito sem defeitos e não há o que disfarçar com o açúcar. Mais ainda, descobri que existe uma profusão de sabores e combinações possíveis em uma xícara.

    Hoje vim compartilhar algumas coisas que aprendi nesses três anos e podem ajudar quem está iniciando essa jornada dentro do mundo do café “gourmet.

    1 – Gourmet é só um termo

    Não estou sozinho, boa parte dos brasileiros teve contato com o café “gourmet” apenas nos últimos anos. Mas a verdade é que não existe nada tão especial nele, sendo apenas a escolha de grãos de boa qualidade, que normalmente eram separados para exportação.

    O “amargor” que precisa ser disfarçado no café tradicional é apenas o reflexo da mistura dos grãos arábica e o robusta – sendo o primeiro de melhor qualidade – além da presença de impurezas, como folhas e galhos, que são moídas junto ao grão, o que torna ainda pior o sabor da bebida.

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    2 – Esqueça o preço e fique de olho nos selos

    Assim como ter o nome gourmet, o preço do café não é um critério que deve ser levado em consideração para a escolha (apesar de bons cafés serem mais caros). A verdade é que muitas marcas se aproveitam desse interesse e falta de conhecimento para ganhar dinheiro vendendo um produto com a mesma qualidade de um tradicional ou extraforte.

    Na hora de escolher o café, você deve ficar atento a dois pontos: ser 100% arábica e contar com selos de qualidade. Existem diversas certificações que atestam a qualidade do café. Um dos que eu acho mais interessante de utilizar como base é o selo da Ebic de Pureza, pois é um dos mais comuns e simples de serem entendidos.

    O selo Ebic classifica os cafés com base em 4 categorias: tradicional, extraforte, superior e gourmet. A dica é sempre escolher os dois últimos, pois isso garante um grão de qualidade e sem defeitos.

    3 – Cuidado com a armazenagem

    O café começa a perder suas propriedades e qualidades assim que o pacote for aberto. Uma semana depois a força dele não será a mesma, isso é um fato. Esse efeito é inevitável, mas pode ser retardado caso utilize a armazenagem correta.

    O ideal é guardar o pó ou grão em um recipiente hermeticamente fechado e colocá-lo em local arejado e escuro. Se colocar o pote no fundo do armário vai dar tudo certo. Algumas pessoas recomendam armazená-lo na geladeira, mas por experiência própria, no armário o resultado é melhor.

    preparar-cafe

    4 – Conheça os diferentes métodos de extração

    O coador é apenas uma dos utensílios que podem ser usados para a extração dos óleos, aromas e substância solúveis contidas no pó de café. Cafeteira italiana, aeropress, Hario V60, chemex, prensa francesa, cada um possui um modo de preparo da bebida, que pode destacar ou amenizar uma das características do grão escolhido.

    Por exemplo, um mesmo pó pode resultar em sabores diferentes se utilizar uma cafeteira italiana (mais intenso e com destaque para o amargor) ou uma prensa francesa (mais suave e com destaque para a doçura). Conhecer e entender como acontecem esses processos permitirá que você tenha um controle maior sobre o resultado e possa apreciar melhor a bebida.

    Se você quiser entender melhor sobre os diferentes métodos de extração, nós fizemos um artigo especial ensinando como fazer café.

    5 – Vale a pena comprar um moedor de café

    Já adianto que que essa foi uma das melhores compras que eu fiz no ano passado. Não é a toa que a gente houve tanto falar no moedor de café. A qualidade do café quando você conta com o aparelho é muito superior.

    O grão consegue manter com mais eficiência as características e qualidades do café. Por isso, o aroma e sabor de um café recém moído não tem comparação com o pó que já vem no pacote. Além disso, apesar de perder um pouco da força, uma semana depois de aberto, o sabor da bebida ainda será bem próxima ao seu estado mais potente.

    Outro ponto positivo de contar com um moedor é a possibilidade de trabalhar diferentes tipos de moagem, podendo aproveitar o máximo do mesmo grão em diferentes equipamentos e métodos de extração. Por exemplo, na prensa francesa, a moagem deve ser grossa, já no coador, média.

    Leia também:Vale a pena comprar um moedor de café?

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    6 – Café bom é o que você gosta: experimente

    De todos os conselhos, esse é o mais importante: experimente os mais diferentes métodos de extração e tipos de café. Alguns vão ser mais amargos, outros doces, e ainda têm os ácidos ou cítricos. Mesmo gostando de todos (meu caso) há sempre aqueles que nós temos mais afinidade (no meu caso cítricos). Isso a gente só descobre experimentando e a verdade é que essa é a melhor coisa em começar a tomar cafés “gourmet”.

    Não experimente apenas o café, mas também os métodos de extração e técnicas utilizadas para retirar o melhor da bebida. Existem alguns canais especializados e até mesmo campeonatos de baristas e cafés coados transmitidos no youtube que podem dar ótimas dicas para o dia a dia.

    Como disse no começo desse tópico, um bom café é aquele que você gosta. Então, apesar do açúcar não ser necessário para disfarçar um defeito, se você prefere adoçar o seu, tudo bem.

    7 – Não é um prazer barato, mas vale a pena

    Comprar moedor, equipamentos para diferentes formas de extração, e o próprio café em si, os gastos com esse prazer vão ser maiores do que apenas o sabor de um pingado na padaria. Mas a verdade é que o investimento vale cada centavo.

    Claro, os investimentos não precisam ser todos de uma só vez. Se você apenas incorporar alguns truques na hora de fazer o seu coado, como não deixar a água ferver, e investir em cafés de melhor qualidade, já terá um resultado impressionante.


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