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Guia de compra: como escolher o drone ideal para cada uso?

Nós preparamos este guia completo para você conhecer todos os tipos de drone, seus usos, acessórios e dicas para você comprar o seu primeiro aparelho.

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Yolanda Moretto

15 de jun de 2019

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    O drone é um tipo de aparelho que já se tornou desejo de consumo de muita gente, seja para uso profissional entre fotógrafos e ciinegrafistas, para a brincadeira das crianças ou apenas para quem quer aproveitar tudo o que esses equipamentos podem oferecer.

    No entanto, apesar desse cenário, a escolha de um drone pode ser bastante complexa, principalmente para quem é novo na área. Os preços podem ser bastante altos e a grande quantidade de modelos pode deixar os iniciantes um pouco confusos. Além de tudo é preciso considerar não apenas o uso, mas os acessórios necessários, bateria e até pensar se vale a pena importar algum modelo que não seja vendido no Brasil. Isso sem falar na regulamentação brasileira para objetos voadores.

    Mas não se desespere: leia nosso guia e veja tudo que você precisa saber antes de comprar um drone.

    O que é um drone

    Atualmente, a palavra “drone” é utilizada para descrever um aparelho eletrônico voador, que pode ser direcionado por controle remoto (ou até mesmo um celular) e, principalmente no senso comum, nos faz pensar em um pequeno “helicóptero” de brinquedo que podemos usar para as mais diversas funções.

    A terminologia correta para se referir aos “drones” é Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT). Dentro da categoria de VANT temos as Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA), que são as que costumam vir à mente quando pensamos em drones, e a Aeronave Autônoma, cujo uso é totalmente proibido no Brasil. Os drones que são vendidos em lojas e aparecem em promoção aqui no Promobit, portanto, são da categoria RPA e é sobre elas que vamos discutir ao longo deste artigo.

    Existem modelos pequenos, que cabem na palma da mão, até modelos enormes, que carregam câmeras profissionais extremamente pesadas para realizar os mais diversos trabalhos. Vários modelos podem ser pilotados apenas por diversão, enquanto alguns podem ajudar você a tirar selfies incríveis nas suas viagens e outros podem ser adaptados para corridas de drones. Não importa qual desses drones você queira, é necessário saber algumas coisas antes de realizar sua compra.

    Imagem exemplificando o trecho de texto anterior

    A origem dos drones

    Os drones, como veículos não pilotados, são usados no meio militar há algumas décadas, com os primeiros aviões controlados via rádio começando a ser fabricados na década de 1930. No mercado civil, no entanto, foi apenas no início dos anos 2000 que esses aparelhos começaram a conquistar um público mais amplo.

    Foi nessa época que alguns dos entusiastas com drones começaram a utilizar seus próprios celulares e computadores como forma de pilotar os veículos, graças ao grande avanço dos mobiles nos Estados Unidos e Europa. Com peças eletrônicas mais acessíveis nesses mercados, esses entusiastas também começaram a montar seus próprios modelos de drones, criando-os do jeito que lhes convinha.

    Com os smartphones se desenvolvendo cada vez mais rápido, assim como as peças necessárias para a montagem dos drones, esses foram se popularizando e diversas empresas começaram a investir nesse ramo. No Brasil, drones já são usados na indústria, agricultura e alguns outros setores, principalmente sendo importados dos Estados Unidos. Como nos últimos anos não apenas essas importações ficaram mais fáceis, mas também com diversas lojas vendendo os produtos aqui mesmo no país, conseguir um novo drone ficou ainda mais simples.

    Para se ter uma comparação, apenas por curiosidade, o primeiro drone militar utilizado no Brasil levantou voo pela primeira vez em 2014 e, no ano seguinte, os aparelhos começavam a ser utilizados por algumas equipes de filmagem profissionais por aqui. Hoje, a ANAC afirma que existem mais de 34 mil drones registrados no país.

    Dentro de toda essa história, o crescimento do uso de drones pela população fez com que os órgãos de regulamentação, como a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), tivessem que correr atrás para tornar o uso desses aparelhos seguros e determinados por regras. Vamos falar mais sobre como isso foi definido aqui no Brasil mais para frente.

    Usos para drones

    Existem inúmeros usos para drones nos setores industriais e empresariais, indo desde uso no agronegócio, em tecnologia (como projetos que utilizam drones para levar wi-fi para regiões de difícil acesso), em operações de resgates e até mesmo na entrega de produtos. Para este artigo, vamos nos focar nos usos principalmente recreativos dos drones, que vamos separar em três: drones para diversão, drones para foto e vídeo e drones para corrida.

    Tipos de drone para recreação

    Como já comentamos, os drones de recreação podem ser divididos em três grupos. Vale lembrar que esses grupos não são exatamente excludentes, mas são uma divisão usada para ajudar você a encontrar de forma mais fácil o drone que atende às suas necessidades.

    Imagem exemplificando o trecho de texto anterior

    Drone para recreação e hobby

    Os drones para iniciantes costumam ser usados apenas para diversão e, por isso, podem ser encontrados em preços mais acessíveis (não todos os modelos, mas pelo menos alguns com certeza irão caber no seu bolso). Como são mais comercializados, também costuma ser mais fácil encontrar peças extras e acessórios.

    Outra vantagem é que, em geral, eles são construídos para serem robustos e aguentarem bem pequenos acidentes (mas, claro, é necessário conferir modelo por modelo).

    Além dos iniciantes, outros consumidores já mais familiarizados com o hobby, conseguem aproveitar esse nicho de aparelhos. Entre as opções mais caras, é possível encontrar modelos bastante resistentes e duráveis e até com funcionalidades extras, como câmeras, GPS, navegação automática etc.

    Drone profissional de foto ou vídeo

    Muitas pessoas procuram também os drones de fotografia ou filmagem, seja para uso profissional ou apenas para tirar fotos de pontos diferentes, incluindo selfies de viagens ou registros de uma cerimônia de casamento.

    Esses drones costumam ser mais caros do que os drones amadores, já que precisam ser mais robustos para dar conta do peso das câmeras, por outro lado, costumam trazer opções incríveis para gravação de vídeos e fotografia, principalmente os modelos mais avançados.

    Drone de corrida

    Os drones de corrida ainda não são muito populares aqui no Brasil, mas estes modelos costumam ser usados devido a sua grande velocidade, seja por diversão ou em competições com outros drones. Eles conseguem atingir velocidades de até 160 km/h.

    Como saber o tipo de cada drone?

    A separação de tipos de drones que trouxemos aqui não é oficial e, devido a isso, você não encontrará um drone definido na loja como “drone de lazer” ou “drone de corrida”. Para saber realmente para que serve cada modelo de drone, o mais importante é conferir suas configurações, especificações e outros detalhes de cada modelo. Vamos começar a falar mais sobre isso adiante.

    Características e especificações de um drone

    Quando você for comprar um modelo de drone, é possível que encontre algumas dessas siglas: RTF, ARF e BNF. Elas descrevem o estado do drone, ou seja, se ele já sai da caixa pronto para voar ou se precisa ser montado de alguma forma.

    RTF é a abreviação de “ready to fly”, ou “pronto para voar”. Significa que o modelo vem com tudo já pronto e encaixado para você tirá-lo da caixa e começar a brincadeira (geralmente, só precisa carregar a bateria). ARF significa “quase pronto para voar” (do inglês “almost ready to fly), geralmente em modelos que vêm desmontados e precisam ser acoplados antes de poder decolar. Por último, o BNF (“bind-n-fly”; “conecte e voe”), significa que o modelo vem sem o transmissor (o “controle remoto”) e você terá que comprar um a sua escolha, conectar os dois e, aí sim, começar a voar.

    Outra característica para prestar atenção na hora de escolher um modelo é se ele possui uma câmera de orientação, chamada First-Person View (FPV) que permite que você controle o drone vendo “o que ele vê”, como se estivesse dentro dele. Essa funcionalidade é mais comum em drones de corrida, mas não exclusiva deles, e muitos pilotos gostam de somar a isso um óculos de realidade virtual, para ter uma experiência mais imersiva.

    A maior parte dos drones modernos conta com outro recurso bastante útil, chamado de Return-to-Home (RTH), que significa “voltar pra casa”. Drones com essa ferramenta conseguem voltar autonomamente para um ponto de localização determinado. Muito útil caso você acabe perdendo o veículo de vista.

    Imagem exemplificando o trecho de texto anterior

    Tempo de voo

    Se refere ao tempo que o veículo consegue funcionar em voo e depende principalmente da duração da bateria. Em geral, esse tempo costuma variar entre 5 e 30 minutos. A vantagem é que as baterias com menor duração são menores e mais fáceis de trocar, além de serem mais baratas. Já nos drones mais robustos, as baterias são maiores e mais caras, mas tem a vantagem de durarem mais.

    Câmera

    Além dos drones profissionais para foto e vídeo, diversos outros contam com uma câmera acoplada, seja para ser utilizada pelo piloto em FPV ou para ajudar a tirar fotos incríveis das suas atividades. Assim como as câmeras individuais variam em capacidade e qualidade, o mesmo acontece com as câmeras dos drones, sendo necessário pesquisar modelo por modelo.

    Alcance

    O alcance indica a quantos metros o drone pode ficar do transmissor (o controle do drone) e continuar respondendo aos seus comandos. Essa medida pode variar muito, indo de cerca de 100 metros em drones amadores até 5km em grandes equipamentos, como o DJI Phantom 4.

    Acessórios extras

    É sempre interesse pesquisar por partes extras que sejam compatíveis com o modelo de drone que você está, seja para repor partes essenciais caso elas quebrem, para ter uma bateria extra, ou para dar aquele upgrade no seu veículo.

    Velocidade

    A velocidade dos drones costuma ser apresentada em metros por segundo. Em geral, varia entre 10 m/s e 40 m/s, em modelos mais avançados. Isso seria o equivalente a 36 km/h e 140 km/h, aproximadamente.

    Transmissor ou Controle Remoto

    O controle remoto, também chamado de transmissor, é a parte responsável por enviar seus comandos para o controlador de voo do drone. Ele pode ser uma espécie de joystick ou simplesmente um aplicativo instalado em seu celular. Os drones mais avançados também tem um certo grau de sofistifação extra, com o drone sendo capaz de identificar fatores externos que podem alterar o curso de voo, como velocidade do vento e pressão barométrica.

    Baterias

    Uma bateria de drone costuma durar entre 5 a 30 minutos de tempo de voo com uma única carga e pode levar uma hora ou mais para recarregar. Mas muitas vezes a bateria pode ser facilmente removida e substituída por uma nova, uma vez que sua carga acaba, como já falamos acima.

    Propulsor

    O propulsor é o responsável principal por fazer o drone decolar, assim como o motor. Apesar de serem peças sensíveis, elas costumam ficar bem protegidas pelo revestimento do drone, fazendo com que fiquem seguras em caso de batidas ou quedas. Mesmo assim, os propulsores costumam ser as peças que mais costumam quebrar.

    A boa notícia é que, justamente por isso, é fácil encontrá-las no mercado para repor um propulsor quebrado e seu preço também costuma ser bastante acessível.

    Legislação sobre drones no Brasil

    Imagem exemplificando o trecho de texto anterior

    Se você quiser comprar um drone, terá que pensar não apenas em qual modelo irá escolher, mas também em fazer seu cadastro corretamente na ANAC, responsável por toda a regulamentação envolvendo os veículos voadores aqui no Brasil. Mas calma, não é complicado fazer isso.

    Primeiro, é importante entender que para o órgão, o drone é um veículo e não um brinquedo e por isso deve ser tratado de forma séria e responsável, não se enquadrando na categoria de aeromodelismo. Por ser um veículo e, principalmente, um veículo voador, é preciso certificação e autorização para voo.

    A principal regulamentação dedicada ao tema é a AIC N 21/10 – VEÍCULOS AÉREOS NÃO TRIPULADOS, mas são válidas também normas no Código Brasileiro de Aeronáutica, no RBHA (Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica), no RBAC (Regulamento Brasileiro de Aviação Civil) e no Código Penal e na Constituição Brasileira. Por ser um assunto novo, no entanto, é muito provável que novas normas sobre veículos voadores não tripulados continuem sendo discutidas e geradas com o tempo.

    Você pode encontrar mais informações sobre as regulamentações de RPAs no site da Força Aérea Brasileira.

    Eu preciso de autorização?

    Imagem exemplificando o trecho de texto anterior
    Fonte: ANAC

    Segundo a legislação, isso vai depender do uso que você fizer do seu drone, mais do que do aparelho utilizado em si. Em geral, as normas brasileiras entendem que, em caso de uso recreativo, não é necessário autorização da ANAC para modelos com peso máximo de decolagem (PMD) menor do que 250g. Caso contrário, você precisará de um cadastro no Sistema de Aeronaves não Tripuladas (SISANT).

    É necessário um cadastro para cada aeronave (e não um por piloto) e ele pode ser feito no próprio site da ANAC.

    Para cadastrar é necessário informar:

    – Dados pessoais (nome, endereço, CPF, e-mail)

    – Dados de pessoa jurídica (CNPJ), se for o caso

    – Dados da aeronave (nome, modelo, fabricante, número de série e foto que identifique a aeronave)

    – Uma combinação de nove dígitos, que será o número da identificação do equipa­mento, deverá ser afixada em local visível na aeronave

    – Incluir uma foto da aeronave com alguma característica ou marca produzida pelo proprietário do drone, o número de série do equipamento ou qualquer outro sinal que possa diferenciar a aeronave

    O sistema gera uma certi­dão (documento de porte obrigatório em todas as operações).

    Casos não-recreativos e casos lucrativos

    Existem dois tipos de autorização para voar com drones em casos não-recreativos. A primeira é a autorização de RPA para uso experimental, que oferece um Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) reconhecido pela Anac (seções 21.191 e 21.193 do Regulamento Brasileiro da Aviação Civil n° 21 – RBAC 21).

    O certificado que você terá que pedir vai depender do modelo do seu drone e se seu peso máximo de decolagem (PMD). Os drones com PMD menor que 250 gramas não precisam de certificação para serem pilotados, a menos que eles realizem voos com mais de 400 pés de altura. Aqueles com PMD entre 250g e 25kg, se enquadram na categoria RPA de Classe 3; os de 25kg a 150kg são considerados RPA de Classe 2; e aqueles com PMD acima de 150kg são RPA de Classe 1. Todos esses últimos necessitam de um certificado de aeronavegabilidade.

    A segunda é a Autorização de RPA – Uso com Fins Lucrativos. Essas autorizações ainda não possuem um regulamento específico para ganhar o certificado e são analisadas caso a caso pela ANAC.

    Idade mínima para pilotar

    Por serem considerados veículos, é exigido que o piloto tenha mais de 18 anos para pode pilotar um drone, então nada de comprar um desses “brinquedos” para crianças, mesmo que sejam drones pequenos. Não importa aqui se o uso será recreativo, experimental ou lucrativo

    Sobrevoar pessoas com drones

    A regulamentação exige que os drones sobrevoem pessoas mantendo uma distância de pelo menos 30 metros, independente do uso, com a única exceção sendo para órgãos de segurança pública.

    Para sobrevoar as pessoas com uma distância menor, é necessário que cada pessoa dê autorização para tal ato. Mesmo em caso de shows ou partidas em estádios, é necessária essa autorização (que pode vir como termo de uso na hora de se comprar o ingresso, por exemplo).

    O que acontece se eu for pego pilotando um drone sem o certificado?

    Se é necessário que você possua um certificado pelo uso que você está fazendo do drone ou pelo tamanho dele, pilotá-lo sem certificado poderá fazer com que você receba processo administrativo, civil e/ou penal. Caso seja considerado que você está colocando outras aeronaves em perigo, você pode até mesmo ser preso.


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